sexta-feira, 16 de maio de 2025

Donald Trump conseguiu manter a influência dos Estados Unidos no Médio-Oriente

 A viagem de Donald Trump ao Médio-Oriente foi bastante positiva, já que, os Estados Unidos mantiveram as relações diplomáticas com os principais aliados, nomeadamente a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos. Havia uma certa dúvida sobre como seriam recebidos os norte-americanos depois da proposta para deslocar quase dois milhões de pessoas para fora de Gaza. 

As cerimónias públicas e mesmo privadas demonstram que os laços de amizade mantiveram-se, sendo que, reforçou-se a cooperação, nomeadamente no plano económico e militar entre Washington e os três países. No entanto, também não existiu qualquer passo no sentido de reconhecer Israel através dos Acordos de Abrãao. 

O mais importante neste périplo pela região era evitar uma maior escalada contra o aliado e condenar as acções dos grupos terroristas como o Hamas, Hezbollah e os Houthis. Também não foi feito qualquer isolamento para pressionar o Irão a acabar com o financiamento e a terminar com o programa nuclear. Contudo, a segunda opção seria bem vista por Riade, Doha e Abu Dhabi. 

O Presidente dos Estados Unidos abordou a questão iraniana, tendo rejeitado qualquer desenvolvimento nuclear por parte de Teerão. A porta para o diálogo não abriu porque os avisos que foram feitos dificilmente vão ser ouvidos. Neste aspecto, a questão israelita continua em suspenso porque só um acordo consegue garantir a segurança. 

O encontro entre o líder norte-americano e o Presidente da Síria foi mais um aspecto positivo que garante estabilidade na região. Ahmed al-Sharaa tem a intenção de reconhecer Israel, mas também pretende deixar o Líbano em paz. O problema é que internamente continua a existir conflitos e perseguições a minorias, como os cristãos e os curdos.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

O fim do conflito entre a Europa e a Rússia depende do posicionamento dos Estados Unidos

As celebrações do 9 de Maio deste ano vão ser diferentes devido ao clima de instabilidade que se vive no Ocidente. A invasão da Rússia contra a Ucrânia acabou com o clima de paz que existiu desde o fim da II Guerra Mundial. 

Cada bloco político vai efectuar os mesmos rituais e discursos de união, solidariedade e compromisso, mas o ambiente que existe é bastante distinto, sendo que, é possível que haja alguma necessidade de fazer ameaças contra o inimigo. A União Europeia e a Rússia vão continuar a trocar acusações que resultarão em mais bombardeamentos contra as cidades ucranianas, mas também em Belgorod e Kursk na Rússia. 

Os Estados Unidos também estariam incluídos no mesmo pacote que a União Europeia, mas a eleição de Donald Trump em Novembro do ano passado alterou tudo. Washington terminou uma parceria com os europeus, mas tem recuado relativamente a uma relação privilegiada com a Rússia. Contudo, isso não significa que volte a ter boas relações com Bruxelas. 

O posicionamento norte-americano vai ser importante para perceber o rumo do conflito entre a Europa e a Rússia, sendo que, será difícil ter uma posição neutra, apesar do "American First", sugerir um distanciamento relativamente ao que se passa à volta do Mundo. No entanto, parece quase certo que a Casa Branca não tem muitos interesses no Velho Continente e na Rússia. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

O acordo entre o Irão e os Estados Unidos pode acabar com a guerra no Médio-Oriente

 A intenção dos Estados Unidos e o Irão chegarem a um acordo pode ser o início do processo para a paz no Médio-Oriente. O entendimento está relacionado apenas com o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, mas haverá consequências relativamente a outros assuntos. 

A principal vontade de Washington passa por impedir que Teerão tenha uma arma nuclear, mas também proteger a segurança de Israel. Qualquer que seja o resultado final das negociações vai ter sempre implicações na existência do Estado israelita. 

O regime dos ayatollahs tem sido o principal financiador do Hamas, Hezbollah e dos Houthis, que continuam a não reconhecer Tel-Aviv, pelo que, Donald Trump também tem que exigir o fim dos apoios militares e financeiros que estão a causar conflitos naquela região. 

A sobrevivência destes grupos terroristas é o maior problema que existe neste acordo porque mesmo que o Irão não os ajude podem sempre procurar outras formas de continuar a lutar contra Israel. O Hamas, Hezbollah e os Houthis são organizações com força militar suficiente para actuarem sozinhos.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Donald Trump continua muito longe de estar no lado certo da história relativamente à guerra na Ucrânia

 Desde que iniciou o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não mudou de posição relativamente ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Apesar de querer uma solução pacífica para resolver a guerra que dura há três anos, as opções tomadas favorecem a vontade de Moscovo de manter o controlo sobre o leste do país vizinho.

O líder norte-americano continua a culpabilizar Volodymyr Zelensky pelo que aconteceu e nunca teve a intenção de apontar o dedo ao verdadeiro responsável pela invasão. A Rússia é que atacou a integriadade territorial da Ucrânia. No entanto, pode haver uma vontade do líder ucraniano de não querer alcançar a paz nas actuais condições.

O problema é que a Casa Branca vai colocar sempre pressão na parte mais fraca, que neste caso é Kiev, para que se chegue a um entendimento. Ou seja, a estratégia nunca será de condicionar ou ameaçar Putin caso não se sente à mesa das negociações, sendo que, haverá uma vontade de oferecer muita coisa e de reforçar os laços de amizade com Moscovo.

Nunca se pode dizer que Donald Trump recebe ordens directas de Putin, mas acabou com o isolamento internacional da Rússia que se verificou desde o início da invasão da Ucrânia, que incluiu rejeições por parte de alguns aliados tradicionais, como a China e o Brasil.  

terça-feira, 18 de março de 2025

A Síria continua em guerra civil mesmo depois da queda de Bashar Al-Assad

 A queda do regime de Bashar Al-Assad no início de Dezembro não trouxe estabilidade política e social à Síria, que continua a viver sob intensos confrontos entre diferentes etnias em várias regiões, nomeadamente em Latakia. 

Apesar da revolução, as minorias, como os Alawites e os Curdos continuam a ser alvos de perseguição e massacre, como aconteceu nos últimos dias. Os Cristãos também não escapam à força demonstrada pelas forças governamentais e da oposição, que sendo as mesmas, trocaram de papeis. 

Os maiores prejudicados são os Curdos, que continuam sem um território próprio, apesar da ajuda que deram uma grande ajuda na queda do anterior líder porque a Turquia teve um papel fundamental no recente golpe de Estado. 

Neste momento o território sírio é controlado por quatro entidades diferentes, além das forças leais a Bashar Al-Assad, que pretendem reconquistar o poder. O estado de conflito permanente pode durar, mesmo que cada grupo já tenha estabelecido as fronteiras geográficas e políticas. 

terça-feira, 4 de março de 2025

Volodymyr Zelensky perdeu a ajuda dos Estados Unidos por culpa própria

O desentendimento entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Sala Oval mostram que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia vai ser complicado de resolver, mesmo com a ajuda dos países mais importantes do Ocidente. Os ucranianos nunca vão aceitar a cedência dos territórios ocupados, mas também já perceberam que dificilmente os recuperam.

A posição do Ocidente passa por apoiar incondicionalmente a Ucrânia, embora com a promessa de haver uma decisão relativamente ao futuro. Não basta impedir o avanço da Rússia até Kiev ou para além disso, só que, não será possível manter uma ajuda por muito mais tempo, sobretudo se for necessário colocar tropas no terreno.

A postura do líder ucraniano não tem sido a melhor porque faz promessas de um entendimento só que depois continua a pretender mais ajuda sem obter resultados. Isto é, sem conseguir recuperar o território perdido. Percebe-se a intenção de Zelensky, mas prolongar o conflito pode causar problemas em termos internos. 

O acordo estabelecido com os Estados Unidos deveria incluir mais medidas de segurança ou mesmo a inclusão de equipamento militar durante o período em que fosse feito a exploração de minerais. No entanto, tudo ficou estragado com a reacção intempestiva na Sala Oval, apesar de ter sido provocada pelo Vice-Presidente, JD Vance. 

A tentativa de colar-se aos norte-americanos, mesmo deixando a ajuda proveniente da Europa em segundo plano, foi bastante prejudicial para o Chefe de Estado ucraniano, que gerou alguma desconfiança em muitos sectores do Partido Republicano. As intromissões na política interna, por culpa dos democratas, também acabou por complicar a relações.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Donald Trump tem muitos obstáculos para transformar Gaza na Riviera do Médio-Oriente

A nova administração norte-americana liderada por Donald Trump apresentou um plano para acabar com a guerra no Médio-Oriente que dura há muitos anos, mas conheceu um novo episódio após os ataques do Hamas contra Israel no dia 7 de Outubro de 2023. O actual Presidente manteve a linha orientadora da liderança de Joe Biden, que nunca deixou de apoiar Tel-Aviv.

A nova proposta mantém um suporte incondicional à causa israelita, mas vai mais longe porque pretende que os palestinianos abandonem definitivamente a Faixa de Gaza para se tornarem cidadãos do Egipto ou da Jordânia. Nenhum dos países aceita refugiados da Palestina por diversas razões, sendo que, um deles tem a ver com a segurança.

O líder norte-americano pretende ocupar Gaza, embora sem recorrer a tropas, para a transformar na Riviera do Médio-Oriente. Ou seja, o objectivo nem sequer passa por defender os interesses israelitas, mas criar uma zona onde vai imperar a vontade de Washington.

A ideia apresentada será difícil de executar porque a tentativa de expandir os interesses norte-americanos na região colide com a manutenção das actuais obrigações que existem noutros países vizinhos de Israel. Os Estados Unidos deixariam de ter relações com o Qatar, Iraque, Arábia Saudita e a Jordânia, o que impedia o isolamento do Irão, que anseia por desenvolver uma arma nuclear. 

A tentativa de acabar com os grupos terroristas nesta zona do planeta, como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda e o próprio Hamas sofreria um grande revés, sendo que, podia aumentar o ódio contra Israel e os americanos. Recorde-se que as autoridades em Washington revelaram que existem cada vez mais pessoas com vontade de executar actos de terrorismo.

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